Na manhã dessa quinta-feira, 18 de janeiro, as equipes de Saúde dos ESF, CAPS, NASF e outros serviços da rede municipal tiveram a oportunidade de participar de uma capacitação, realizada na Câmara Municipal de Vereadores, organizada pela Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, através da supervisora, enfermeira Maria Herlândia Sousa, e ministrada pela dermatologista Dra. Evandra Nogueira, do quadro médico do Hospital Josefina Getirana Netta e ESF Areia Branca.
O evento transcorreu das 8h as 12h, com ótima participação dos profissionais dos serviços de Saúde, dentre técnicos, psicólogos, enfermeiros e médicos do município de Pedro II, que atuam tanto na zona urbana quanto na zona rural.
De acordo com Maria Herlândia, “diante do Janeiro Roxo, que é o mês de combate à Hanseníase, a secretaria de Saúde disponibilizou esse tratamento de Saúde para os profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para poder estar aprimorando o conhecimento desses profissionais, para que eles possam ter mais conhecimento do diagnóstico do paciente, para que não saia de lá do consultório, do postinho de saúde, do hospital, sem ter um resultado correto do problema.”
Sobre o cenário apresentado na capacitação, a supervisora afirma como foi abordado o tema do Janeiro Roxo: “Está sendo apresentado: a parte de exame clínico, de diagnóstico e também algumas orientações sobre as formas de Hanseníase, porque não existe uma, existem várias, como o profissional vai estar examinando esse paciente, para poder ter esse diagnóstico e falando também sobre a patologia da doença.”
Dra. Evandra Nogueira explica como foi o evento do Janeiro Roxo junto aos profissionais de Saúde do município: “A gente está fazendo uma capacitação para médicos e enfermeiros do município a respeito dessa doença que é a Hanseníase. A Hanseníase é uma doença milenar, ela já existe há mais de 2 mil anos e continua até hoje sendo um problema de Saúde pública. É uma doença que eu costumo dizer que é espectral, ou seja, tem várias facetas, tem várias manifestações.”
A médica Evandra Nogueira explana como surge a doença no paciente: “Essas manifestações vão desde pequenas manchas brancas totalmente assintomáticas com uma leve alteração de sensibilidade apenas até lesões que tomam o corpo todo, a gente observa alterações neurais importantes, déficits motores, incapacidades, enfim. O que eu quis trazer para cá hoje foi a importância do diagnóstico precoce, a importância da gente diagnosticar essa doença quando ela está ainda numa fase inicial aonde os déficits motores e os déficits neurais ainda não foram totalmente instalados e estabelecidos.”
Evandra expõe ainda como é feito o diagnóstico, isto é, como é detectada a doença: “E isso a gente faz com captação precoce do paciente na rede básica de Saúde. O diagnóstico é clínico e é epidemiológico. Clínico a gente vê a lesão e epidemiológico a gente vê os locais aonde existe essa doença aqui em Pedro II, a gente sabe que existe, então a gente tem que pensar em Hanseníase sempre, certo? E é uma doença que hoje em dia tem tratamento, o tratamento é seguro, é eficaz e é totalmente disponibilizado pela rede de saúde, de graça.”
Perguntada sobre quais as principais colocações dos profissionais de Saúde em relação à doença, a Hanseníase, Dra. Evandra expressa que: “Percebi que nossos colegas estão bem capacitados, estão bem preparados para receber os doentes, das Unidades Básicas de Saúde. Porém, falta ainda um pouco de segurança, por ser um tratamento prolongado, o tratamento demora muito tempo, às vezes tem uma série de efeitos colaterais. Então, falta às vezes uma segurança a eles de baterem o martelo e dizer: isso aqui é realmente Hanseníase e eu vou iniciar o tratamento.”
Ela também falou da importância de autonomia dos profissionais de Saúde nesse processo de tratamento: “E é isso que a gente quer: que eles tenham autonomia de realizar o tratamento ainda na rede básica e não esperar para encaminhar para o serviço de referência em dermatologia que funciona ali no Hospital Josefina Getirana Netta, e para encaminhar para eu iniciar o tratamento no Hospital. O que a gente bateu na tecla e eles gostaram bastante foi isso: dessa autonomia de realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento dentro da Unidade Básica de Saúde.”
SEMCOM - PEDRO II
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